autogestión vecinal

FUCVAM
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SEMINARIO INTERNACIONAL
Producción Social del Hábitat
y Neoliberalismo:
el capital de la gente
versus la miseria del capital
Montevideo, 1 al 6 de octubre 2001
Federación Uruguaya de Cooperativas de Viviendas por Ayuda Mutua
Secretaría Latinoamericana de Vivienda Popular
Coalición Internacional del Hábitat

SELVIP

Cidade e cidadania
para combater a pobreza
na América Latina

Fernando Cavallieri
        IPP - Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos
        Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - Brasil

I. Informalidade e pobreza urbanas na América Latina

-        Assentamentos informais ® urbanização espontânea dos pobres na AL, desde os 50 ® problema  social e urbano mais grave

 -        Recentemente  ®  ações diretas do Estado e crescente ingerência das agências internacionais

-        Urbanização da AL: em 1970 - 57%; em 1995 - 73% ou 351 milhões e segundo CEPAL 85% em 2025;  migração e depois crescim. vegetativo;

 -        Informalidade:  20 a 50% da pop. dos grandes centros - em áreas ocupadas irregularmente, sem titulação, socialmente excluídas, espacialmente segregadas, sujeitas a altos índices de violência, não urbanizadas e sem os plenos direitos e deveres  de cidadania;

 -        Pobreza se amplia e urbaniza:  1970 - 44,2 milhões;  1997 - 125,8 milhões  pobreza = 30% do total da população  urbana ; 10%  = indigência

Migração dos pobres da área rural e empobrecimento (crise dos 80, globalização)

 E quanto aos assentamentos informais ?

  II. Gerações de políticas públicas para os assentamentos informais

-        1ª ® 60 - financiamento da oferta -  reassentamento forçado para conjuntos habitacionais com casas prontas - grandes empresas construtoras

-        2ª ® a partir da Conf.  Habitat I de 76  - soluções massivas só de lotes urbanizados;

      estimulam tb, programas de pequena escala com participação das famílias e ongs;

-        80 - superposições dos dois modelos - mais ações de escala local - envolvimento das esferas locais e de organizações de base;

-        3ª ® 90  - Ag. Internacionais enfatizam una nova geração dentro do contexto de:

-          democratização, reforma do Estado, abertura econômica com  ajuste estrutural , enfim os  postulados neo-liberais

                        Não-intervenção direta do Estado: (palavra-chave ® facilitação)

apenas facilitar o funcionam. do   mercado habitacional

      apoiar os processos expontâneos de construção do habitat

-        Essa facilitação não se realiza plenamente - coexistem programas dos 3 tipos em um contexto de privatização dos serviços de infra-estrutura habitacional e de dificuldade de alcançar os mais pobres.

-        Como a AL é um mercado emergente - e as cidades espaços de captação privilegiados dos capitais

-         A agenda urbana para os anos 90 (ONU, WB, BID) coloca 3 campos de atenção:  aumento da produtividade urbana; equilíbrio ambiental das cidades; alívio da pobreza (até como aumento da governabilidade)

III. Nova concepção de pobreza - a importância do habitat

-        Pobreza não é só falta de renda: é processo multidimensional : NBI como doenças, carência de serviços públicos (água, esgoto, lixo,  de escolas, de saúde), problemas das moradias (alta densidade, construções precárias), vulnerabilidade e insegurança.

-        Nova concepção (NBI)  ® as condições das moradias do habitat e dos serviços sociais conexos são fortes indicadores da pobreza

-        As políticas públicas pouco têm ido às causas estruturais da pobreza, mas há grande consenso sobre a necessidade de:

® crescimento econ., reformas da legislação, descentralização e  reformas                   governamentais

®    investimentos em saúde, educação e infra-estrutura sanitária

-        A partir de meados dos 90, dá-se atenção também às melhorias do habitat

® reconhecimento de  suas ligações com saúde física e mental, segurança     pessoal, geração de renda, produtividade, realizações educacionais

IV . Emergência dos Programas de mejoramiento barrial (PMB) na AL e em outras partes do mundo

Na 2ª metade dos anos 90 a necessidade de  PMB cresce fortemente. Por exemplo:

-        WB: Slum Upgradding Action Plan, de 1999,  como peça central da estratégia de 20 anos do Banco para redução da pobreza urbana, porque:

-          Urbanização marca uma diferença grande, imediata, altamente na qualidade de vida dos pobres urbanos;

Ex. eliminação de doenças. Nas favelas de Manila, mortalidade Infantil é 3 vezes    maior que nas áreas formais

-          Investimento nos espaços públicos cataliza os investimentos particulares das famílias, desencadeando sua energia produtiva e alavancando os K privados;

Ex. Famílias investiram  $7 para cada $1 de invest. público.  

-          Comunidade internacional tem uma experiência exitosa de apoio à urbanização

Agências de desenvolvimento sabem que os custos são razoáveis. Indonesia (Kampung Improvement Prog.) tem 25 anos de apoio pelo WB. Brasil, India, Jordania, Tunisia, Filipinas também.

-        PMB em vários países da AL, muitos com apoio direto do BID:

®    nacionais = Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil

®    locais = Favela Bairro na cidade do Rio; Nova Baixada no Estado do Rio e Desmarginalización em Bogotá

Favela Bairro

-        Na Cidade do Rio, desde 1995 com empréstimo do BID,  o FB é um dos mais importantes da AL, porque:

-          enfrenta o secular problema das favelas do Rio, cidade onde a questão é emblemática para todo o país

-          ultrapassa um mero programa de obras  e tem alcance de programa social amplo

-          serviu de locus para ação social de outros órgãos municipais, que focalizaram seus esforços de combate à pobreza

-          a Cidade dispõe de uma política habitacional na qual o FB é um dos programas de governo com os quais se integra

-          provou ser uma alternativa factível à desastrosa e traumática política de reassentamento autoritário de favelas, promovida nos anos 60

-          única reforma urbana exitosa levada a cabo na cidade que não expulsou os pobres para longe. Lembre-se que as favelas no Rio têm grandes vantagens locacionais

V. Lições aprendidas

-        Trabalhar com  o conceito de urbanização global (melhorais físicas, sociais, econômicas, organizacionais e ambientais)

-        priorizar tecnicamente as comunidades

-        fazer um  projeto de urbaniz. a ser discutido com comunidade

-        obras em escala profissional de infra-estrutura  e equipamentos comunitários 

-        integração espacial ao bairro - vias e praças

-        estética urbana como forma de requalificação do espaço, aumento da auto-estima e transformação simbólica

-        complementar com regularização urbanística, fiscal  e fundiária; nunca iniciar por elas

-        Desenvolver ações socias complementares, se possível com Ong's e associações locais

-        equipamentos sociais de escala local

-        creches, centros comunitários, administráveis localmente

-        atenção a grupos vulneráveis (crianças, mulheres, idosos)

-        projetos de geração de trabalho e renda

-        jovens: programas pró trabalho, cultura e esporte e contra crime

-        Contar com  a participação comunitária em todas as fases

-        criar grupos de discussão por temas

-        educar para receber e manter os novos equipam. e serviços

-        discutir sobre benefícios e custos da urbanização e da ampliação da condição de cidadania

-        mostrar novos direitos e novas responsabilidades: pactos locais para não-crescimento

-        Trabalhar a nível local  (ou articuladamente com), incluindo a ativa participação de  outros órgãos públicos desde o início

-        programa de governo e não de um departamento

-        discutir e aprovar o projetos com os departamentos setoriais. cos

-        "oficializar" o programa junto aos futuros mantenedores

-        transformar em  política pública  pata todas as comunidades e de duração permanente

-        buscar que sejam ações "custo-efetivas"

-        Integrar as soluções de MB à política de desenvolvimento urbano da Cidade em consonância com outros programas habitacionais

-        dar uma base legal ao programa (ex. Plano Diretor do Rio)

-        controle do surgimento de novas áreas informais

-        incluir este controle na manutenção da ordem urbana 

-        eliminação de  exigências legais elitistas

-        crédito subsidiado

-        regulação do uso especulativo do solo urbano

-        estímulo ao mercado para baixa renda

-        reassentar moradias em áreas de risco

-        Ganhar apoio, difundir as experiências exitosas, engajar a sociedade civil, vencer resistências

-        usar os meios de comunicação de massas

-        envolver círculos  técnico e acadêmico

-        buscar parcerias nas empresas e Ong's

-        convencer   setores da Administração Pública

-        "despolitizar" o Programa

Vi. Questões

-        Amplia-se o espaço democrático de participação/tomada de decisão local ?

-        Criam-se condições que permitam aos moradores manter e ampliar o construído (impostos e tarifas) ?

-        Fomenta-se um desenvolvimento sócio-econômico local ? novas atividades, profissionais requalificados,  cooperativas de trabalhadores ?

-        Integra-se o novo bairro ao sistema de conservação e manutenção normal da cidade ? impede-se a deterioração do ambiente construído?

-        Fora a evidente melhoria da qualidade de vida dos residentes, melhora-se sua condição econômica de forma permanente e sustentável ?

Más información sobre el tema en la Sección Cooperativismo y Autogestión y Vivienda Popular de esta WEB

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© autogestión vecinal (http://www.chasque.apc.org/guifont) Montevideo/URUGUAY
Edición Internet 2001: Guillermo Font


Guillermo Font - ELECTRICISTA
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